O oligoelemento selénio é extremamente importante para a saúde, mas nem sempre é fácil saber que alimentos fornecem a maior quantidade deste micronutriente essencial. Uma alimentação equilibrada, em conjunto com um suplemento, pode ser a melhor opção.
A ciência considera o selénio um dos micronutrientes mais importantes, e isso é evidente.
No nosso organismo existem mais de 25 enzimas seleniodependentes – as chamadas selenoproteínas – que devem ser saturadas com selénio para exercerem as suas funções biológicas, que incluem, entre outras, a manutenção do sistema imunitário, a fertilidade, a função da tiróide e o crescimento de cabelo e unhas.
Daí que a obtenção de selénio em quantidade suficiente deva ser uma prioridade.
A castanha-do-pará é rica em selénio
A castanha-do-pará é uma das fontes alimentares mais ricas em selénio, mas acontece que também contém muito rádio (elemento químico radioactivo).
A castanha-do-pará – especialmente a cultivada no Brasil – cresce em árvores de raízes profundas que, ao penetrarem em solo com elevados níveis de rádio, constituem a via para este chegar aos frutos. É por isso que a castanha-do-pará pode conter até 1000 vezes mais rádio do que outros alimentos.
O solo tem falta de selénio
O solo agrícola de extensas regiões da Europa, e de outras regiões do mundo, é muito pobre em selénio. Consequentemente, as colheitas destas terras de cultivo também são muito pobres em selénio, assim como a carne e os lacticínios de animais que se alimentam dessas colheitas.
Como previsível, estudos realizados em praticamente todas as regiões do mundo mostram que a população, em geral, tem dificuldade em obter mais do que 30-50 microgramas de selénio diariamente. E isso é um problema, porque os estudos mostram que é preciso o dobro desta quantidade para saturar selenoproteínas cruciais como a selenoproteína P.
Marisco e mercúrio
O marisco é muito rico em selénio, mas também revelou ter os seus inconvenientes. Um estudo dinamarquês, publicado na Nutrients em 2015, mostrou que, mesmo consumindo cerca de 200 gramas diários de peixe e marisco, não é possível obter a quantidade de selénio necessária para saturar a selenoproteína P.
Além disso, certos especialistas estão preocupados com o teor de mercúrio no peixe, que pode constituir uma ameaça para a saúde quando em excesso.
A mensagem a reter é que se deve procurar sempre fazer uma alimentação saudável e equilibrada, que integre várias fontes de selénio, também porque é a forma de garantir a aquisição de os outros nutrientes essenciais que são importantes para a saúde.
Um suplemento pode valer a pena
Não fique satisfeito apenas com uma só fonte de selénio, como a castanha-do-pará ou marisco, pois pode não ser a melhor ideia. Na verdade, por precaução, será de ponderar tomar também um suplemento de selénio. Este já provou ter um efeito benéfico em estudos, como o frequentemente citado Kisel-10, publicado na International Journal of Cardiology em 2013.
Neste estudo, 443 idosos saudáveis receberam aleatoriamente comprimidos com uma substância inerte (placebo) ou levedura de selénio orgânico de qualidade superior, juntamente com cápsulas de Q10 da Pharma Nord.
Após cinco anos, os cientistas puderam observar que as pessoas a fazer tratamento activo tinham mais qualidade de vida e conseguiam manter-se de boa saúde com mais facilidade do que as que recebiam placebo.
O mais curioso deste estudo é que os estudos realizados após 10 e 12 anos demonstraram que a suplementação tem efeito positivo a longo prazo.